quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O PROGRAMA DA ALIANÇA LIBERAL

Aqui, neste trecho, fica clara a posição do historiador Boris Fausto a respeito da aliança política, organizada pelas oligarquias dissidente, às vésperas da Revolução de 1930:
Em primeiro lugar: atender os mais variados setores sociais, inclusive os grupos identificados com a modernização, vivenciada pelo país.
Em segundo lugar: a questão operária não deveria mais ser “caso de polícia” e sim uma “questão política”. Ou seja, para esse grupo tão heterogêneo, a ideia era atrair a classe operária, desmobilizando-a de projetos radicais e, ao mesmo tempo, cooptando-a.

“O programa da Aliança Liberal refletia as aspirações das classes dominantes regionais não associadas ao núcleo cafeeiro e tinha por objetivo sensibilizar a classe média. Defendia a necessidade de se incentivar a produção nacional em geral e não apenas o café; combatia os esquemas de valorização do produto em nome da ortodoxia financeira e por isso mesmo não discordava neste ponto da política de Washington Luis. Propunha algumas medidas de proteção aos trabalhadores, como a extensão do direito à aposentadoria, regulamentação do trabalho do menor e das mulheres, aplicação da lei de férias. Em uma evidente resposta ao presidente que afirmou ser a questão social no Brasil ‘uma questão de polícia’, a plataforma da oposição dizia não se poder negar a sua existência, ‘como um dos problemas que teriam de ser encarados com seriedade pelos poderes públicos’. Sua insistência maior era a defesa das liberdades individuais, a anistia (com o que se acenava para os tenentes) e a reforma política, para assegurar a chamada verdade eleitoral.”
(Fausto, 1990, 418/419)

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