quarta-feira, 16 de maio de 2012

A ÁFRICA ANTES E DEPOIS DO SÉCULO XV

O continente africano caracterizava-se por ser habitado por povos com características bem diversas em relação ao europeu renascentista. Mas, conforme as relações entre esses povos se intensificaram , a partir do século XV, o que se viu, foi a ganância por poder e riquezas verificadas de ambos os lados.

Enquanto as feitorias atendiam à política mercantilista, como fornecedoras de riquezas como o ouro, o marfim e “gente” (escravos), os reis africanos também passaram a se interessar por mercadorias europeias, principalmente armas de fogo, o que levou à permissão da instalação das feitorias.

A escravidão já era praticada na África, ainda que o número de pessoas escravizadas fosse pequeno e mão de obra voltada para a produção agrícola e trabalhos domésticos. Entre os séculos IX e XV, os reinos de Gana, Mali e Songhai exerceram uma dominação sobre seus vizinhos, o que levou a um aumento no número de homens escravizados.

A partir do século XV, os europeus introduziram uma nova forma de escravidão. Os indivíduos capturados eram depois comprados por mercadores africanos (corretores), que os conduziam para o litoral ocidental e ali os vendiam para os líderes dos reinos da região, que por sua vez os vendiam para os europeus. Agora esses indivíduos escravizados tornavam-se mera mercadoria. Os corretores de escravos e outras mercadorias, para negociarem com os líderes dos povos do interior, ofereciam mercadorias europeias.

Os grandes mercadores europeus se instalavam no continente mediante um contrato com os reis europeus, recebendo o direito de exploração exclusiva de determinada região. Em troca deveriam garantir o controle militar e comercial dessa região. Estes obtinham lucros fabulosos na venda ou troca de mercadorias europeias por escravos e outras mercadorias.

Na costa ocidental africana, onde estavam instaladas as mais importantes feitorias, os reis passaram a lutar pela hegemonia da região, a partir do século XVI. Nesse período, destacam-se, sucessivamente, a hegemonia do reino de Oyo, a de Daomé e a de Achanti. A luta pela hegemonia dependia das armas de fogo, que só eram obtidas com a troca de escravos e outras mercadorias, fazendo com que esses reinos caíssem num círculo vicioso que os tornava dependentes dos europeus. No entanto, foram eles que entre os africanos se tornaram os maiores beneficiários de todo esse comércio. Em suas cortes, verificavam-se costumes e elementos do mundo europeu, como o uso de vestimentas, joias e móveis adquiridas junto aos traficantes europeus, aumentando o luxo e a ostentação.

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