quarta-feira, 1 de junho de 2011

Arcadismo

Literatura e História andam de mãos dadas... Falando em século XVIII, vamos a um pequeno texto extraído do livro de Francisco M. P. Teixeira "Brasil História e Sociedade":
   "Em Minas, no século XVIII, ocorreu na vida cultural uma curiosa combinação de estilos e influências artísticas e literárias. Nas artes plásticas, o estilo predominante continuava sendo o barroco. Na poesia, entretanto, afirmava-se uma tendência oposta. Era o arcadismo, que propunha o retorno à simplicidade da forma literária, em contraposição ao estilo rebuscado do barroco. A nova tendência veio de Portugal, onde surgiu por volta de 1756, quando foi criada a Arcádia Lusitana.
   Do ponto de vista ideológico, os adeptos do arcadismo, os árcades, também chamados de neoclássicos, foram influenciados pelo iluminismo francês ( ou Ilustração), com suas ideias liberais e antiabsolutistas. Defendiam uma literatura simples e natural, inspirada nos antigos gregos e romanos. Queriam a volta à natureza e à inocência dos pastores. Acreditavam na prática da virtude civil, na melhoria das pessoas por meio da educação e na conquista da felicidade e da harmonia social pela obidiência às leis da natureza.
   Com essas ideias, adquiridas na Universidade de Coimbra, diversos poetas brasileiros passaram a fazer oposição ao absolutismo. Muitos deles defendiam as reformas do Marquês de Pombal e vários envolveram-se com a Inconfidência Mineira, em 1789. Entre estes últimos, destacaram-se Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Inácio José de Alvarenga Peixoto.
   Pouco antes da Inconfidência, Tomás Antônio Gonzaga era ouvidor de Vila Rica. Por essa época, escreveu suas Cartas Chilenas, poema satírico no qual critica os desmandos do governador da Capitania de Minas, Luís da Cunha Meneses. No poema, a capitania é apresentada como se fosse o Chile e o governador toma o nome de Fanfarrão Minésio.
   Outros poetas importantes do arcadismo foram Antônio Pereira de Sousa Caldas, Manuel Inácio da Silva Alvarenga, frei José de Santa Rita Durão e José Basílio da Gama."

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