quarta-feira, 25 de abril de 2012

DROGAS DO SERTÃO


Alguns alunos sempre me questionam:

- Mas, Taci, cravo e canela não eram especiarias vindas do Oriente?

- Sim, mas havia aqui na América Portuguesa também.

Dessa forma, resolvi colocar aqui um trecho de um dos mais conceituados historiadores do Brasil, Caio Prado Júnior. Apesar de sua orientação marxista, hoje criticada, é inegável o seu papel como pesquisador do “Brasil Colônia” sob a óptica econômica:

“Encontraram os colonos na floresta amazônica um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no comércio:o cravo, a canela, a castanha, a salsaparrilha e sobretudo o cacau.Sem contar a madeira e produtos abundantes do reino animal: destes últimos, são em particular a tartaruga, bem como os seus ovos,e o manacuru (peixe-boi) que servirão em escala comercial. Sem estas fontes de riqueza, teria sido impossível ocupar o grande vale. Os colonos não o teriam procurado, os missionários não encontrariam base material de subsistência para manter seu trabalho de catequese dos indígenas.”

(In: PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1996. pg. 211)

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